“Conta-se que, em tempos, vieram dois malfeitores cumprir a pena de tomar conta desta terra desabitada e em pousio”, lê-se na sinopse do filme Terra Que Marca, de Raul Domingues. “A sua sentença passou de geração em geração e foi herdada pelos homens que a trabalham. Uma mulher descalça ajeita a terra e é surpreendida por uma folha”.
O realizador, que é natural de Leiria, filmou a avó materna, Maria Alice, e outros protagonistas do trabalho agrícola nos campos do Casal da Quinta, aldeia da freguesia de Milagres.
A estreia mundial de Terra Que Marca aconteceu na secção Forum da Berlinale 2022, na Alemanha.
Na próxima quinta-feira, 30 de Março, estreia nas salas de cinema portuguesas – e no sábado, 1 de Abril, o Cinema City de Leiria acolhe uma sessão especial com a presença do realizador e dos participantes na longa-metragem (às 19:30 horas, seguida de conversa entre Raul Domingues e o realizador Bruno Carnide).
Durante aproximadamente uma hora, contemplam-se os gestos de quem trabalha a terra, testemunha-se o cuidar da terra, o semear, o regar, o cavar, com familiares e vizinhos do autor, que observa a transformação no contexto que conhece desde a infância e a que regressou com uma câmara e outro olhar.